Voando para Nova York na Classe Executiva da Avianca

Ahhh, como é bom viajar! Fiquei tanto tempo sem poder fazer viagens longas depois que machuquei, estava morrendo de saudades! Quem me acompanha(va) no Insta sabe que encerrei a conta temporariamente, mas que prometi trazer um pouco de bastidores e outros conteúdos pelo Stories, e foi isso que fiz na minha última viagem para Nova York.

Depois de literalmente 1 ano praticamente parada, trabalhando pouco e com muito cuidado, achei que estava em um bom momento para aceitar alguns trabalhos mais longos e mais longe. Topei uma viagem para minha cidade preferida para criar conteúdo e sentir aquele frio maravilhoso por 25 dias e, pela primeira vez, fui de Avianca.

Testei a classe executiva deles em 2 vôos diretos que duraram cerca de 9 horas e meia (infelizmente desde o início de abril eles só oferecem vôos com escalas para Nova York) e prometi que viria contar a experiência com mais detalhes aqui no blog, tudo bem sincerão e real. Vamos lá?

O Check-In

Nosso horário de chegada ao aeroporto de Guarulhos era às 15:00 e nosso vôo só decolava às 23:30, ou seja, mais de 8 horas no aeroporto. Ficar lá sem fazer nada e cuidando das malas é bem cansativo, então no quê que a gente logo pensa? SALA VIP! -> Passageiros da classe executiva da Avianca podem desfrutar da sala VIP da Star Alliance (grupo ao qual ela pertence) e eu também tinha a sala do MasterCard Black como segunda opção, então nem nos preocupamos com todo esse tempo livre até chegar a hora do nosso vôo.

Normalmente quando alguém vai ficar muitas horas esperando, o natural – e ideal – é chegar ao aeroporto e já despachar as malas, algo que todas as grandes companhias disponibilizam. Assim você pode passar pela segurança e ir direto para a sala VIP, onde tem muito mais conforto. Esse era nosso plano, então chegamos e fomos direto para o balcão da Avianca e FUÉN: não havia absolutamente ninguém nos guichês.

Nem um minuto antes: balcão vazio até o embarque.

Eles não deixam nenhum funcionário no balcão antes das 3 horas de antecedência do horário do vôo, ou seja, não existe maneira de você se livrar das malas antes disso. Fiquei bem decepcionada com esse ponto, porque já passei por essa mesma situação (de ter que esperar bastante até o horário do vôo) com a Latam e não tive problemas! Cheguei, despachei a bagagem e pude ficar cerca de 6 horas relaxando na sala VIP, então presumi que a Avianca seguiria o mesmo padrão.

Tentamos absolutamente de tudo, incluindo uma ligação de 45 minutos com o SAC, e nossos planos foram totalmente frustrados. :/ A justificativa deles é que a aeronave ainda não estava no aeroporto, por isso não tinham como se responsabilizar pelo armazenamento das malas enquanto o avião não chegava. Nunca tinha visto uma companhia aérea que não tem estrutura para despachar bagagem antes de 3 horas, but, fazer o quê?

Resultado: tivemos que esperar até às 19:30 ali perto da área da Avianca sem poder ir muito longe ou almoçar em algum restaurante do Terminal 3 porque, afinal, a gente ainda estava com as malas no Terminal 2 (100% desconfortável, ainda mais precisando de assentos especiais por causa da lesão nas costas). Meio que perdeu a função da passagem de executiva, porque não pudemos passar essas longas horas de espera no conforto a que ela dá direito e que eu tanto precisava. Se soubesse que não teria acesso eu teria organizado tudo para chegar mais tarde ao aeroporto. :/

A Sala VIP

Passado o perrengue de ter que ficar amarrada às malas em um banquinho duro do aeroporto por 4 horas, enfim chegou o horário de início do processo de embarque e pudemos despachar as malas e passar pela segurança.

Esse processo foi bem rápido e logo chegamos à sala VIP. Ahhh, que glória! O aeroporto de Guarulhos conta com vários lounges de diferentes alianças e parceiros. A Avianca, apesar de não ter uma sala VIP exclusiva, acomoda seus passageiros que voam de executiva na sala da Star Alliance, uma das melhores e maiores do aeroporto (tem 1.350 m2).

Dali pra frente foi só alegria. Tivemos pouco tempo, mas deu pra comer um pouquinho antes de embarcar (como o jantar só seria servido no avião por volta da meia-noite, eu sabia que teria que comer um pouco por volta das 21h. Sou daquelas que a cada 1 hora e meia tá com fome :P).

A variedade do buffet e opções disponíveis para os viajantes não era tão vasta quanto eu esperava, mas achei muito boa. Tinha várias opções quentes e frias, massas, pães, lanches prontos, canapés, salgados, sopas, doces, frutas e várias opções de bebidas, que iam de sucos até vinhos.

O layout do lounge é muito agradável e oferece diferentes tipos de poltrona e áreas de descanso em um ambiente fluido e muito amplo. Fiquei totalmente confortável no meu tempo por lá, especialmente por poder desfrutar de poltronas macias e toilettes altamente limpos e equipados com amenidades úteis para quem está de passagem.

Jantamos de leve, tomamos um vinhozinho e aguardamos o horário do vôo confortavelmente. A única coisa que fez falta na sala da Star Alliance foi o anúncio em speakers chamando os passageiros para o embarque. Eles têm televisões com a programação e status dos vôos, mas cabe a você ficar de olho para não perder a hora.

O Embarque

Chegou a hora do embarque e tudo correu tranquilamente e sem problemas. Assim como com qualquer passagem executiva, nossa passagem da Avianca nos colocava no grupo de embarque prioritário (após pessoas enfermas, idosas e/ou com necessidades especiais, claro), então pudemos entrar sem enroscos ou empurra-empurra.

Logo nos acomodamos em nossas poltronas e começamos a real experiência de voar com a Avianca na classe executiva. Assim que você se acomoda em sua poltrona e enquanto os passageiros da classe econômica estão embarcando, a equipe responsável pela classe executiva já inicia o atendimento ainda em solo.

A Classe Executiva da Avianca

A experiência de voar de executiva envolve muito mais do que apenas uma poltrona mais confortável. Tem o atendimento, a qualidade e variedade de opções oferecidas no menu, as amenidades, o conforto oferecido e mais algumas coisas. É realmente um conjunto.

Voltando ao atendimento em solo, logo que a gente se acomoda somos recepcionados por um comissário ou comissária de bordo que vai ser responsável por todo o atendimento durante o vôo. Antes de mais nada eles nos trazem uma taça de champagne e algumas castanhas quentinhas para aguardar a finalização do embarque e fechamento da aeronave.

Enquanto estamos desfrutando desse mimo, o atendente de bordo vem pegar nosso pedido com as opções que fizemos para o jantar e café da manhã com base no cardápio oferecido. O menu é notavelmente mais elaborado do que o oferecido à classe econômica e tem uma abordagem mais gourmet.

Escolhemos nossas opções e passamos aos nossos comissários, que nos atenderam com extrema educação, atenção, profissionalismo e gentileza. Como nosso vôo era noturno, eles perguntam se desejamos que eles nos acordem para o café da manhã, o que, pra mim, vem muito a calhar! Gosto de chegar alimentada porque o tempo que a gente perde até chegar ao hotel pode ser longo.

Quando acabamos de escolher o que gostaríamos para as refeições, o embarque já havia sido encerrado e logo em seguida decolamos. Pouco tempo depois os comissários chegaram à cabine executiva entregando travesseiros e edredons (ambos de excelente qualidade e confortáveis), muito útil para quem prefere pular as refeições e dormir o vôo todo.

O jantar

Cinco minutos fuçando nas opções de entretenimento e já chegaram com o jantar, tudo de acordo com as escolhas que fizemos mais cedo. O serviço e atendimento são impecáveis e a apresentação dos pratos é boa. A comida é, com certeza, mais saborosa do que a oferecida na cabine econômica, mas vale ressaltar: comida preparada no avião é comida preparada no avião. Nunca vai ser idêntica a uma comida preparada 100% do zero e com ingredientes ultra frescos em um restaurante.

A entrada estava muito boa (uma saladinha com peixe, folhas e palmito marinado + pãozinho e manteiga), mas confesso que não gostei da carne do prato principal (meu prato era o Coq Au Vin com purê de mandioquinha).

Carne bovina requer o tempero certo e na quantidade exata para não ficarmos literalmente sentindo o “gosto de carne”, além do modo adequado de selagem e cozimento, o que não era o caso do meu prato. O sabor não estava tão bom – e nem a apresentação – por isso me concentrei em comer o purê, que estava ótimo.

Para a sobremesa havia várias opções: pudim de leite com calda de caramelo, prato de queijos variados (ouvi falar que é mara!), sorvete e frutas da estação. Não queria nada pesado, por isso escolhi as frutas. A apresentação era bem simples, mas estava tudo fresquinho e gostoso.

AMO que eles incluíram kiwi!

Barriguinha cheia, hora de me acomodar!

O Conforto da Poltrona

Antes do jantar nos explicaram sobre todas as comodidades que a poltrona oferece, como fones de ouvido com cancelamento de ruído, entradas usb para carregamento de aparelhos eletrônicos, controle remoto da tv e porta-objetos. Dentro dele havia um kit caprichado com meias e pantufas + nècessaire com pasta e escova de dentes, hidratante para as mãos, protetor labial, lenços de papel, caneta e máscara tapa-olhos (achei perfeita a seleção).

Poltronas no formato 1-2-1 na cabine executiva da Avianca Brasil.

A poltrona é mais larga do que as da cabine econômica, mas nada exagerado. Mesmo assim o conforto é infinitamente maior por vários fatores:

1- A possibilidade de reclinar a poltrona em ângulos que não existem na econômica, assim como o apoio para os pés. Aliás, a poltrona reclina até 180 graus, transformando-a em uma “cama” (o famoso conceito de poltrona flat bed).

2- Não estar bloqueado por uma ou mais pessoas ao seu lado, isso porque o layout da aeronave dispõe as poltronas da executiva no formato 1-2-1 (uma poltrona na janela, duas juntas no centro e mais uma na outra janela), ou seja, todo mundo tem acesso ao corredor. Tem coisa melhor? Odeio incomodar as pessoas quando quero ir ao toilette.

3- A sensação de privacidade trazida pelo design estilo “casulo”. Dá pra ver pelas fotos que o formato da poltrona meio que te envolve, ajudando a fechar a lateral e trazer um pouco mais de privacidade.

Eu, que ainda tenho algumas restrições com relação a posições e tipos de assento por conta da minha lesão, fiquei super confortável sentada na poltrona. Estava preocupada e com medo de sentir alguma dor, mas deu tudo certo.

Comodidades da poltrona da Avianca em classe executiva, com entradas USB, fone de ouvido e mais.

A única exceção ao conceito de conforto foi com a poltrona na posição cama. Ela, de fato, reclina a 180 graus, mas apresenta duas desvantagens:

1- Ela não fica paralela ao chão da aeronave quando na posição cama. Há uma leve inclinação para baixo no sentido dos pés, de modo que seus pés ficam mais baixos do que sua cabeça, o que praticamente impossibilita dormir de barriga pra cima. A pressão gerada na coluna é nítida (e com certeza prejudicial), então minha solução foi dormir de lado e ir trocando os lados durante a noite.

2- O contorno das almofadas da poltrona não atinge um encaixe perfeito na posição flat bed, então você sente as divisões de cada bloco com o seu corpo quando deita.

Nenhuma dessas “desvantagens” é um absurdo, nem diminuem o custo-benefício de voar de classe executiva, mas acho importante apontar para que saibam o que esperar. Talvez o conceito de flat bed devesse receber um upgrade, trazendo encaixe seamless e alinhamento paralelo ao chão.

De modo geral, voei com MUITO mais conforto do que na cabine econômica (quem não quer fugir da lata de sardinha, né?) e consegui dormir em torno de 5 horas durante o vôo, que durava 9 horas e meia, o que é um grande avanço pra mim!

Não fico confortável em aviões e raramente consigo dormir. Se estiver na econômica então, não durmo mais de 1 hora e chego ao meu destino literalmente quebrada! Indo de executiva eu cheguei muito mais descansada e consegui aproveitar de verdade o primeiro dia em Nova York, sem precisar tirar uma “soneca” de 5 horas.

Acordei mais descansada do que esperava e logo vieram servir o café da manhã. Minha escolha foi ovos mexidos com presunto grelhado e creme de espinafre + pão, suco e frutas. A apresentação estava boa e a comida estava legal, mas confesso que estranhei a textura dos ovos mexidos (estava muito pastoso e homogêneo, algo atípico para esse prato).

O Desembarque

Aqui mora o que, pra mim, é uma das melhores partes de se viajar de executiva. Como todos sabem, a cabine executiva fica na parte da frente do avião (depois apenas da primeira classe, nas aeronaves que a tem), então a gente acaba desembarcando primeiro.

É uma questão tanto de lógica quanto de fazer jus ao valor mais alto que as pessoas pagam para desfrutar da executiva. Eu não ligo exatamente de ser a última ou a primeira a sair do avião (pra mim tanto faz), mas AMO ser a primeira a chegar na imigração, hahahah!

Sendo os primeiros a desembarcar, consequentemente somos os primeiros na fila da imigração, cujo processo a gente sabe bem que pode ser lento. Ou seja, se você está lá no último assento da econômica você vai dar de cara com cerca de 150 pessoas na sua frente na imigração, o que é muito cansativo!

Voando de executiva, então, acredito que economizei cerca de 1 hora meia nesse processo, simplesmente por poder desembarcar primeiro. Mesmo assim eu vi gente correndo pra pegar o primeiro lugar na fila, hahahah! Brasileiro é engraçado.

Passada a imigração, chegamos à esteira de retirada de bagagem, mais uma hora feliz por ter voado de executiva. Quem despacha malas com passagens de executiva leva o adesivo “Priority”, o que significa que as malas desses passageiros serão colocadas primeiro na esteira, para depois colocarem as malas da classe econômica. Resultado, a gente espera super pouco pra pegar as malas e logo já sai do aeroporto!

Devo avisar que isso só funciona de verdade lá fora. Aqui no Brasil eles não respeitam de forma alguma os adesivos de prioridade e colocam as malas na esteira em ordem aleatória, então na volta ficamos aguardando cerca de 45 minutos pelas nossas malas.

Experiência Geral

Voar de executiva com a Avianca foi, de modo geral, uma experiência boa! Acredito que podem melhorar nos pontos que destaquei ao longo do post, como o despacho de bagagem a qualquer tempo, alinhamento da poltrona paralelamente ao chão para maior conforto e atenção ao tempero e modo de preparo das carnes e ovos.

No vôo da volta a televisão da poltrona do meu namorado estava quebrada e o descanso de pés da minha poltrona não subia. Tentamos de tudo, mas acabei tendo que dormir com uma bolsa apoiando meus pés. Vale a pena a companhia ficar atenta a esse tipo de detalhe.

Fora isso, a experiência atendeu minhas expectativas gerais e tornou possível que eu chegasse a Nova York super descansada e sem perder tempo em filas.

Nota Geral: 7.5

Foi minha primeira vez voando com a Avianca, mas prometo contar se eu voar de novo! Espero que tenham gostado do review.

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4 Comments

  1. Perfeito o review! Gosto de matérias assim, com opiniões sinceras e descrevendo o serviço como ele realmente é! Como sempre, trazendo a sua opinião de maneira clara e com bom conteúdo. Parabéns!